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domingo, 30 de março de 2014

OS CICLOS DA VIDA - ECKHART TOLLE





"Existem ciclos de sucesso, como quando as coisas acontecem e dão certo, e ciclos de fracasso, quando elas não vão bem e se desintegram. Você tem de permitir que elas terminem, dando espaço para que coisas novas aconteçam ou se transformem.

Se nos apegamos às situações e oferecemos uma resistência nesse estágio, significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer.


Explicando: Se começamos a analisar, comparar, justificar e pensar nas mudanças inevitáveis da vida, iremos sofrer. 

É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas aconteçam. Um ciclo não pode existir sem o outro.

O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual. Você tem de ter falhado gravemente de algum modo, ou passado por alguma perda profunda, ou por algum sofrimento, para ser conduzido à dimensão espiritual. Ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se transformado em fracasso.

O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. 


No mundo da forma, DAS APARÊNCIAS - todas as pessoas "fracassam" mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota.
Todas as formas são impermanentes.
Você pode ser ativo e apreciar a criação de novas formas e circunstâncias, mas não se sentirá identificado com elas. Você não precisa delas para obter um sentido do eu interior. Elas não são a sua vida, pertencem a sua situação de vida.

Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para uma renovação. 
 
Enquanto estivermos identificados com a mente, ou seja, enquanto acharmos que a nossa identidade provém dos pensamentos e de conceitos e de crenças e associações com pensamentos, não poderemos evitar a compulsão de fazer coisas e a tendência para extrair o nosso valor pessoal de fatores externos, tais como as conquistas que alcançamos.

Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. Assim, a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida autoprotetora, e criar uma doença com o objetivo de nos forçar a parar, de modo a permitir que uma necessária renovação possa acontecer.

Enquanto a mente - OS PENSAMENTOS - julgar uma circunstância "boa", seja um relacionamento, uma propriedade, um papel social, um lugar ou o nosso corpo físico, ela se apegará e se identificará com ela. Isso faz você se sentir bem em relação a si mesmo e pode se tornar parte de quem você é ou pensa que é.

Mas nada dura nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma: a mesma condição que fez você feliz agora faz você infeliz. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio de amanhã. 
O casamento feliz e a lua-de-mel se transformam no divórcio infeliz ou em uma convivência infeliz.

A mente - OS PENSAMENTOS -  não consegue aceitar quando uma situação à qual ela tenha se apegado muda ou desaparece. Ela vai resistir à mudança.
É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.

Isso significa que a felicidade e a infelicidade são, na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa.

Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins.

É quase paradoxal, mas, como já não existe mais uma dependência interior quanto à forma, as circunstância gerais de sua vida, as formas externas, tendem a melhorar consideravelmente. 

As coisas, as pessoas ou as circunstâncias que você desejava para a sua felicidade vêm agora até você sem qualquer esforço, e você está livre para apreciá-las enquanto durarem.

Todas essas coisas naturalmente vão acabar, os ciclos virão e irão, mas com o desaparecimento da dependência não há mais medo de perdas. 

A vida flui com facilidade.

A felicidade que provém de alguma coisa secundária nunca é muito profunda. É apenas um pálido reflexo da alegria do Ser, da paz vibrante que encontramos dentro de nós ao entrarmos no estado de não-resistência. 

O Ser nos transporta para além das polaridades opostas da mente - DOS PENSAMENTOS - e nos liberta da dependência da forma.
 
Mesmo que tudo em volta desabe e fique em pedaços, você ainda sentirá uma profunda paz interior. 
Você pode não estar feliz, mas vai estar em paz."

Eckhart Tolle em Praticando o poder do agora

“O CEGO DE NASCENÇA" - QUEM PECOU?

                                        
                                            

“ Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Jesus respondeu:” Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”    (João 9.2-3).

 

Os discípulos perguntaram a Jesus:
“ Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”
Jesus respondeu:
" Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9.2-3).
 
O que Jesus estava explicando?
 
Estava explicando que a atenção toda deveria estar voltada em se aceitar e compreender o que realmente ali estava presente, subjacente às “aparências visíveis”:
A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS!
Ou seja,
a MANIFESTAÇÃO DA PERFEIÇÃO ESPIRITUAL, capaz de sobrepujar qualquer aparência material de imperfeição.
 
Explicando: Observe que Jesus não caiu na tentação de explicar as coisas pela lógica humana, não caiu na tentação de usar pensamentos, análises e justificações para responder a pergunta. Veja que Jesus não falou que havia culpados, pecadores, castigos, carmas .
 
Com efeito,  qualquer que possa ser o questionamento sobre algum aparente mal, é esta a resposta da VERDADE:
“Aqui está algo para ser reinterpretado à Luz da Realidade: a rejeição da “aparência” pelo reconhecimento da PRESENÇA DE DEUS = PERFEIÇÃO ABSOLUTA, em seu exato lugar!
 
 Se forem feitas estas perguntas:
“Por que aquela pessoa vive em atividades criminosas?”,
ou,
“Por que aquela pessoa nasceu com aquela deficiência?”,
ou,
“Por que aquele cidadão ficou com aquele mal incurável?”,
ou seja, se forem feitas perguntas que partam da MENTIRA DE QUE DEUS NÃO SEJA TUDO, para cada uma delas a resposta será esta mesma dada por Jesus:
 
“PARA QUE SE MANIFESTE A GLÓRIA DE DEUS!”
 
EM OUTRAS PALAVRAS, PARA A CEGUEIRA HUMANA QUE TENTA EXPLICAR A VIDA PELO PRISMA DOS PENSAMENTOS,  POSSA SER DISSIPADA E
 DEUS - PERFEIÇAO ABSOLUTA - CONSCIENCIA UNICA ONIPRESENTE - POSSA SER ENTENDIDO COMO ÚNICA PRESENÇA E ÚNICO PODER!
PARA QUE AS “APARÊNCIAS ILUSÓRIAS” SEJAM DESMANTELADAS PELA VISÃO CORRETA DA REALIDADE ALI PRESENTE!
 
Quando você entender que VOCÊ É A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS, estará “curado” da cegueira do mundo.
 
Com Eterna Gratidão: Ao meu amigo Dárcio
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

sexta-feira, 28 de março de 2014

EMOÇÕES - ECKHART TOLLE


 
"A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram".
É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo.

Em geral, não temos consciência de todos os nossos padrões de pensamento.

Só é possível trazê-los à consciência quando observamos nossas emoções.
 
Quanto mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto menos presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga emocional, tenhamos ou não consciência disso.


Se quisermos conhecer mesmo a nossa mente, o corpo sempre nos dará um reflexo confiável. Portanto, observe a sua emoção ou melhor, sinta-a em seu corpo...
 
Você pode permitir que a emoção esteja ali, sem deixar que ela assuma o controle. Você não é mais a emoção.
 
Você é o observador, a presença que observa.
Concentre sua atenção dentro de você. Sinta a energia da emoção.
Se não há emoção presente, concentre sua atenção mais fundo no campo da energia interna do seu corpo.
Essa é a porta de entrada para o Ser.

Uma emoção, em geral, representa um padrão de pensamento amplificado e energizado.
Por conta da carga energética quase sempre excessiva que ela contém, não é fácil, a princípio, termos condições de observá-la.
A emoção quer assumir o controle, e quase sempre consegue, a menos que você esteja presente e alerta.
Se você for empurrado para uma identificação inconsciente com a emoção, ela se tornará, temporariamente, ‘você’.
 
É comum se estabelecer um círculo vicioso entre o pensamento e a emoção porque um alimenta o outro.
O padrão do pensamento cria um reflexo amplificado em si na forma de uma emoção, fazendo com que a frequência vibratória desta permaneça alimentando o padrão do pensamento original.
 
EXPLICAÇÃO:
 
Por isso, damos a orientação de não tocar nos pensamentos, ou seja, para evitar o ciclo incessante de sofrimentos:
 
Se aparecerem sentimentos .. apenas testemunhe, sinta a sua energia, mas não PENSE SOBRE AS EMOÇÕES, não analise .. não justifique .. não compare ..
 
Se vierem pensamentos ..  Observe apenas .. e não toque neles .. não os analise .. não permita que se transformem em novos pensamentos numa roda interminável de sofrimento. 
 
Ao lidar mentalmente com a situação, acontecimento ou pessoa que é identificada como causadora da emoção, o pensamento fornece a energia para a emoção, a qual, por sua vez, energiza o padrão de pensamento, e assim por diante.  
 
Quanto mais a mente tenta se livrar do sofrimento, mais ele aumenta. A mente nunca pode achar a solução, nem pode permitir que encontremos a solução, porque é, ela mesma, uma parte intrínseca do ‘problema’.

Não nos livraremos desse sofrimento enquanto não extrairmos o sentido de eu interior da identificação com a mente, ou seja, do ego.
A mente é, então, derrubada da sua posição de poder, e o Ser se revela em si mesmo, como a verdadeira natureza da pessoa.

Precisamos nos tornar plenamente conscientes de nossas emoções e sermos capazes de senti-las, antes de sermos capazes de sentir aquilo que está além delas.
A palavra emoção significa, literalmente, ‘desordem’. A palavra vem do latim emovere, que significa ‘movimentar’.”

LEMBRE-SE: PENSAMENTOS E SENTIMENTOS SÃO MOVIMENTOS TRANSITÓRIOS, NÃO SÃO VOCE.

As emoções... sendo uma parte da mente dualística, estão sujeita à lei dos opostos.
Enquanto estivermos identificados com as nossas mentes, o que significa dizer, enquanto estivermos inconscientes espiritualmente, o sofrimento será inevitável. Refiro-me aqui ao sofrimento emocional, que é também a causa principal do sofrimento físico e da doença.

 
EXPLICAÇÃO:
Enquanto acharmos que somos os nossos pensamentos e sentimentos estaremos gerando novos pensamentos. Desse modo, o sofrimento será inevitável ..  
 
O ressentimento, o ódio, a autopiedade, a culpa, a raiva, a depressão, o ciúme e até mesmo uma leve irritação são formas de sofrimento. É o inseparável oposto, que se manifestará com o tempo.”
 
 
CONCLUSÃO:
Esta mente que apresenta estes movimentos transitórios de pensamentos e emoções não é, em verdade, uma mente, mas tão somente uma movimentação que precisa ser observada, ou seja, precisamos nos tornar plenamente conscientes de nossos pensamentos e emoções e sermos capazes de senti-las, antes de sermos capazes de sentir aquilo que está além deles - que é a  VERDADEIRA MENTE, DIVINA, UNICA, IMUTAVEL, PERFEITA E PURA ..
 
 
                               Eckhart Tolle
                       em O Poder do Agora

terça-feira, 25 de março de 2014

O MANÁ ESCONDIDO (Joel S. Goldsmith)

 
Nova dimensão nos pertence: não mais buscamos o mundo, mas habitamos o centro de nosso próprio ser, onde contemplamos a glória de Deus e aguardamos que o mundo venha a nós.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido.”(Apocalipse 2:17)

“Quem tem ouvidos”—aquele que tem ouvidos espirituais, que consegue ouvir o inaudível — permita-lhe que ouça. Permita-lhe ouvir o que diz o Espírito, não o que eu digo, não o que diz o livro, não o que você gostaria de dizer, mas o que diz o Espírito: “Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido”.

Toda a mensagem de O CAMINHO INFINITO se resume na expressão “maná escondido”. Maná escondido!
 
Como isto é parecido com a frase de Jesus: “A minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá” – não saúde física ou riqueza material, um lar, um automóvel, não algo dado pelo mundo, mas a Minha paz! A Minha paz é algo que o mundo não reconheceria, mesmo estando cara a cara com ela; tampouco a perceberia, mesmo estando a experienciá-la. Minha paz! A paz que é sentida não por estar o corpo saudável, ou a carteira cheia de dinheiro; não por estar o lar feliz, próspero e jubiloso. Não, não, não! A Minha paz é uma paz sentida interiormente, alheia às condições externas, mas que acaba fazendo com que todas estas últimas se alterem.

Eis o mistério escondido. A paz, aquela que o mundo lhe dá, chega a você pelas circunstâncias e condições externas. Se dispuser de mais saúde ou riqueza, de uma casa mais ampla, de férias prolongadas, isso tudo poderá lhe sugerir um estado de paz que será temporário. O bem vindo de fora, e que hoje você desfruta, talvez amanhã venha a ser-lhe tomado. Mas a Minha paz é diferente. A Minha paz é uma atividade de recebimento e de fluxo que se dá em seu próprio âmago; assim, jamais depende de algo: é autogerada e autossustida. A Minha paz aflora de um manancial oculto internamente, trazendo com ela o bem que jamais o abandonará.
Em outras palavras, a paz conscientizada interiormente sempre estabelecerá a harmonia de seu mundo exterior.
 
Este é o “maná escondido”; este é o alimento citado por Cristo, quando disse: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis”. Este é o alimento oculto, o alimento espiritual. Quando ele disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”, referia-se àquele pão espiritual, àquela substância e suprimento espirituais—não a alimentos ou circunstâncias exteriores.

O mundo está em busca de paz, harmonia, integridade e satisfação: mas, está buscando onde julga ser capaz de conseguir, ou seja, externamente, no mundo lá fora. Existe a possibilidade de se desfrutar paz, prosperidade e satisfação vindas de fora, enquanto durar aquela condição específica; entretanto, a satisfação obtida externamente geralmente é perdida, e a pessoa acaba quase sempre indo à cata de “brinquedos novos”.

A vida se transforma totalmente, tão logo você assimile firmemente a grandiosa Verdade de que “a palavra que sai da boca de Deus” é a substância da vida, e passar a compreender o sentido profundo das seguintes passagens da Bíblia:


- "Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis." (João 4:32)

- "Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva." (João 4:10.14.)

- "Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido." (Apocalipse 2:17.)


Tão logo passe a observar que o que é exterior e palpável é mero produto do que é invisível, você deixará de avaliar seu suprimento em função de quantas maçãs, pêssegos ou moedas é possuidor, mas sim em função de quantos contatos com Deus foram feitos.

Todo bem que porventura lhe surgir na vida será conseqüência da atividade da Verdade em sua consciência. Em outras palavras, se a sua consciência de amanhã for idêntica à de hoje, não fique na expectativa de que surgirão amanhã frutos diferentes daqueles que você possui hoje. Para o amanhã lhe trazer uma condição renovada é preciso que hoje, em sua consciência, alguma atividade diferente esteja acontecendo. Se pretende colher frutos espirituais em sua vida, terá de “deixar suas redes”, eliminando de si mesmo quaisquer galhos que o estejam prendendo àqueles já mortos. Você não entrará na presença de Deus levando junto os seus fardos. Não irá a Ele levando algum desejo de que Deus faça, seja, ou consiga alguma coisa para você... mas terá de purificar todos os seus anseios humanos, pela conscientização da Graça divina. Deverá abrir mão do passado e do futuro; deverá abandonar todo o desejo por alguma pessoa, lugar, coisa, circunstância ou condição, abandonar inclusive a espera pelo paraíso.

A presença de Deus está em seu interior, e precisa ser percebida conscientemente; mas, esta conscientização somente se realizará para aquele que estiver buscando Deus com este objetivo exclusivo e único: a busca de Deus em Si. Todo aquele que vinha buscando a Deus e perdeu o rumo, perdeu-o por ter buscado a Deus por algum outro motivo: por uma cura, por suprimento, por um lar, por felicidade, ou por outra coisa qualquer. Deus não pode ser alcançado dessa maneira. Deus pode ser alcançado somente de um modo: pela completa renúncia a tudo, excetuando o desejo único de se abrir à “Graça que é a sua suficiência”. Pense no que representa ter a Graça divina. Pense no que representa ter a paz do Cristo, a Minha paz que o Cristo lhe pode dar; não a paz do mundo, não a saúde ou o dinheiro, não a posição, lugar ou poder: unicamente a paz espiritual. Pense no significado de você somente desejar a Minha paz, a paz do Cristo, sem o mínimo pensamento sobre o que ela irá fazer ou conseguir para você!

Isto somente lhe ocorrerá à medida que conscientizar esta paz no interior de sua própria consciência. Abra mão de tudo, dizendo: “Não quero viver de pão, somente, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Assim, logo em seguida ocorrerá o “milagre”.

Ao se despojar das dependências materiais e humanas, palavras como “você”, “ele” ou “ela” tenderão a diminuir e quase sumir de seu vocabulário. Não ficará pensando mais com tanta freqüência sobre um “você”, um “ele” ou “ela” de quem, até então, vinha esperando tanto. A cada necessidade que surgir em sua vida, seu primeiro pensamento será voltar-se ao Cristo. Do Cristo, e através do Cristo, todo bem lhe haverá de chegar: não por algum “você”, “ele” ou “ela”, mas única e exclusivamente pelo Cristo.

É bem verdade que o Cristo aparecerá na forma de algum veículo humano. Talvez ocorra de seu bem lhe chegar através de mim, ou de meu bem me chegar através de você; entretanto, nem ele virá de você para mim, nem ele irá de mim para você. Jamais eu iria esperá-lo de você, nem você esperá-lo de mim. Eu contaria somente com o Cristo de meu próprio ser, e este Cristo apareceria como você. Por sua vez, também você iria esperar a mensagem da Verdade somente do Cristo de seu próprio ser, que poderia, hoje, estar-lhe vindo pela minha pessoa, e, amanhã, por alguma outra; mas, nesta ou naquela condição, continuaria sempre sendo o Cristo de seu próprio ser, revelando-Se a você.

Quanto menos personalizar seu bem e os canais pelos quais ele lhe chega, permitindo o aparecimento do Cristo na forma que se lhe fizer necessária a cada momento, mais comprovará esse mecanismo em sua vida. Tão logo passar a conscientizar o Cristo como a origem e a fonte de seu bem, contemplando-O continuamente, assim Ele Se manifestará.

Talvez, em algum momento, você fosse levado a pensar: “Será que mereço este bem? Serei digno dele? Terei a compreensão necessária para recebê-lo? Terei tempo necessário para estudar, ler e orar o necessário para obtê-lo?”
 
Gostaria que soubesse o seguinte: o seu bem não depende de coisa alguma que você pudesse estar a fazer: ele é a pura atividade do Cristo em sua consciência, ao qual você se mantém aberto.

Nada pode paralisar a mão de Deus, nem mesmo seus supostos pecados de omissão ou comissão. Nada que faça ou que tenha deixado de fazer irá barrar o fluir divino. Este fluxo independe da quantidade de leitura espiritual que tenha feito, de idas à igreja, ou de estudo e meditação. Estes são apenas fatores auxiliares na abertura de sua consciência. E este é o único objetivo de todos eles. Deus não está jamais esperando sentado, até você se tornar bondoso ou espiritualizado, ou até terminar de ler centenas de páginas sobre a Verdade, ou meditar por determinado número de horas.
O Cristo é a realidade de seu ser agora. Ele está à espera, mas é você que deverá deixá-Lo entrar: primeiramente, exterminando a crença de que Ele seja algo externo ao seu ser; em segundo lugar, permitindo o Seu fluir, através da sua conscientização de sua onipresença.

Se você acreditar, por um segundo que seja, que seu bem depende de algo que possa humanamente fazer ou deixar de fazer, estará se excluindo do fluxo divino. Deus em Si está fluindo infinitamente, e a única barreira à totalidade de Sua expressão é proporcional à sua crença de que o bem divino é dependente daquilo que você faz ou deixa de fazer. Qualquer que seja a atividade espiritual de que faça parte, saiba que o objetivo dela não é o de receber o bem de Deus, mas o de ensiná-lo como abrir sua consciência ao Seu influxo.
Jamais creia que possa provocar ou impedir o fluir divino. Ele já está pleno e completo no interior de seu próprio ser, aguardando seu reconhecimento de sua plenitude no Cristo. Embora escarlates possam ser seus pecados, você é alvo como a neve. Apenas não recaia, não volte a pecar: não retorne à crença de um senso separatista de Deus, Não volte a buscar seu bem no exterior, pois, uma vez aprendido que o reino de Deus está em seu interior, e que deve permitir seu fluir de dentro para fora, se retornar à tentativa de novamente buscá-lo no exterior, isto lhe causará uma sensação de separatividade mais profunda ainda, nunca antes sentida. Não faça isso! Não retroceda! “Vai-te, e não peques mais.” Não retroceda para não se prejudicar, caso alguém não esteja agindo conforme sua expectativa, isto é, perdoando-o, dando-lhe cooperação ou reconhecendo as suas virtudes. Não retroceda àquilo! Solte-o! Conceda-lhe perdão! Deixe-o ir! Você está a sós com seu Deus. Você está a sós em seu Ser-divino.

Há períodos em que você se vê diante de alguma aparência de conflito, desarmonia, dor, escassez ou limitação: em tais casos, costuma ser tentado a fazer esforços mentais, empenhando-se em vigorosas mentalizações, afirmações e negações, na esperança de achar harmonia e paz. Inverta agora esse mecanismo! Sempre que surgir alguma aparência de discórdia, relaxe. Não faça o mínimo esforço mental! Lembre-se: o seu bem não lhe virá “pela força ou pelo poder, mas pelo suave Espírito”. O seu bem não lhe virá pelas suas lutas e esforços mentais, mas sim das profundezas do seu ser, na quietude, no silêncio e na confiança.

Você não tentará obter uma cura. Irá aquietar-se e deixar que venha a “pequenina voz suave”. Deixará que o Espírito desça sobre você. Fique descansado, exatamente agora, em meio a qualquer doença, carência, discórdia ou desarmonia que porventura o estiver perturbando. Repouse! Relaxe!
“Minha Graça é a tua suficiência... Eu nunca o deixarei nem o abandonarei.” Para que lutar como se necessitasse de se agarrar a Mim? Como se tivesse de buscar-Me? Ou de procurar-Me? Eu estou em seu próprio íntimo, “mais próximo que seu fôlego, mais perto que suas mãos e pés.”

Se você sabe dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais Eu, seu Pai celestial, não saberei fazê-lo? Não se esforce para consegui-las. Eu as darei a você.Eu lhe darei água. Não desça balde em poços à procura dela. Eu lhe darei água. Quanto a você, fique quieto, deixe que Eu o alimente... deixe que Eu sacie sua sede. Deixe que Eu, em seu âmago, seja a influência curadora. O Cristo curador.

Não tente fazer de sua mente ou pensamentos o Cristo curador. “Os meus pensamentos não são os teus pensamentos, nem os meus caminhos são os teus caminhos.”
Por que não abre mão de seus pensamentos nem deixa de lado os seus caminhos?
Deixe que os Meus pensamentos assumam o comando. Permaneça repousado dando ouvidos a Mim. – a pequenina Voz suave do centro de seu ser. Eu nunca o deixarei nem o abandonarei. Mesmo “no vale da sombra da morte”, Eu ali estarei. Você jamais conhecerá a morte; jamais morrerá. Por quê? Porque Eu lhe darei água viva que salta para a Vida eterna.

Assim, se permanecer ouvindo a Minha Voz suave, se em Meus braços eternos relaxar, se em Mim repousar, se deixar que Eu o alimente, mantenha e sustente cada palavra que de Minha boca proceder, jamais você morrerá.

Eu nunca conheci um justo a mendigar pão. Que é um justo? Aquele que repousa em unidade comigo. Relaxe, pois, na contemplação do Meu amor, de Minha presença. O Meu espírito está junto a você; a Minha presença segue à sua frente.

“Na casa do Pai há muitas moradas; vou preparar-vos lugar.” Por certo que vou. Sendo assim, deixe de se preocupar. Pare, pare, pare de temer; pare de duvidar. Pare de tanto insistir com declarações, afirmações e negações. Deixe ir tudo! Repouse em Mim, repouse em Meus braços. Eu, seu Pai celestial, sei que necessita destas coisas, e é do Meu agrado a você concedê-las—não querendo que você se esforce por elas; não querendo que dê “tratamentos espirituais” para consegui-las; mas, é do Meu agrado a você concedê-las, pela Graça. Não pela força, não pelo poder, mas por Meu Espírito. Tudo lhe é possível realizar através de Mim, o Cristo de seu próprio ser.
Deixe que o Cristo seja o canal pelo qual você é alimentado, vestido, abrigado, confortado, protegido, curado, sustentado e mantido. Sempre que surgir em seu horizonte alguma aparência de discórdia, relaxe mais, repouse mais, permaneça ainda mais em paz, certo da presença divina em seu interior. Confie em seu Eu, confie no Cristo do centro de seu próprio ser.

Creia na existência de uma Presença cuja função única é abençoá-lo, bendizê-lo e ser instrumento da Graça de Deus. Confie nEla. “Não deposite sua confiança em príncipes”- creia somente em Deus. Não viva mais de pão, ao menos não somente de pão, mas de toda palavra, de cada promessa bíblica, que deverá ser cumprida em você. “Para onde tu fores, irei também eu” ... Eu darei ao vencedor o maná escondido.”

Este “maná” está escondido dentro de você. O mundo não consegue vê-lo; o senso comum não consegue conhecê-lo; os seres humanos não conseguem compreendê-lo. Ele está escondido do mundo. Escondido onde? Nas profundezas de seu próprio ser!

Retire sua atenção de homens e mulheres do mundo. Retire sua fé e dependência a pessoas do mundo, das circunstâncias e condições do mundo; e, em sua lembrança, fique somente com este conhecimento: profundamente, em seu interior, existe alimento que o mundo desconhece; há mananciais de água e maná escondidos, tudo já incorporado interiormente ao seu próprio ser.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Eu faço novas todas as coisas

 
"As primeiras coisas já passaram:
eis que faço novas todas as coisas" (Apoc. 21: 4,5).
 

Eis que faço novas todas as coisas.
- Como podemos fazer novas todas as coisas?
- Como podemos ver que todas as experiências são novas?
Somente quando partimos do referencial de que Somos Consciência Pura, Somos Consciência Divina, ou seja, somente quando aceitarmos a Revelação de que temos a Mente de Cristo, a Mente Divina.
 
O que acontece quando entramos nas experiências do mundo sem essa percepção de que temos a Mente Pura?
- Somos arrastados por movimentos transitórios - pensamentos e condicionamentos de antigas experiências que culminam por levar-nos a fazer julgamentos pelas aparências.
Com efeito, teremos apegos àquilo que é “aparentemente bom” ou teremos rejeição àquilo que é “aparentemente mal”, que nos conduzirão a um ciclo interminável de sofrimento.
Sem a percepção de Quem somos e sem a percepção da Mente Divina que temos, sempre julgaremos pelas aparências.
 
Como podemos fazer um julgamento justo a qual se referiu Jesus Cristo?
O Julgamento justo não é feito pela mente humana condicionada nem pelas aparências, mas pela Mente de Cristo que temos. 
Quando percebermos que temos a Mente de Cristo, não fazemos julgamentos, não fazemos divisão, porque tudo se mostra como Unidade Perfeita. 
 
E como é possível perceber que temos essa Mente Crística?
Só é possível ter tal percepção se houver o desapego de pensamentos,  abrindo mão de tocar em pensamentos, fazer análises, justificações e comparações em cada experiência vivida.
Importante lembrar que, durante as experiências, seja por descuido ou falta de vigilância, se tocarmos nos pensamentos, não devemos colocar outro substituindo o anterior, não devemos criar um pensamento de autojulgamento. 
Somente quando deixamos o “sepulcro” vazio de pensamentos é que o Cristo em nós se Revela. Somente quando deixamos o “sepulcro” vazio de pensamentos é que o Cristo ressurge em nós, fazendo novas todas as coisas, fazendo com que vivamos cada experiência como nova. Somente quando deixamos o “sepulcro” vazio de pensamentos é que passamos a ter a percepção de que temos a  Mente Crística. 
A Mente Crística é a Mente que apenas percebe o Eterno Agora, sem fazer análises, justificações e comparações em cada experiência vivida. 
“Essa Mente Crística ou Mente Búdica, é a Mente Real em todos nós. Assim, pela nossa total identificação e entrega a ela, "todas as coisas nos são renovadas" e são reconhecidas pelo que verdadeiramente são: iluminadas, perfeitas, gloriosas, permanentes”.

Autoria: Leila Selma Tavernard de Oliveira 
Revisão gramatical: Helton Caldas França
 
 
 







 
 
 

 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Nós Temos a Mente de Cristo - Paulo de Tarso - I Coríntios - 2.16





A Mente de Cristo é a Consciência Única Universal. 


Só existe uma Mente - a Mente Divina. 


Nossa mente sempre foi e sempre será a Mente Crística, Divina e Perfeita. 


Essa revelação foi feita pelo Apóstolo Paulo de Tarso, para que pudéssemos mudar nosso referencial, pararmos de nos identificar com a mente humana/carnal, trazermos nosso foco para a total identificação com a Mente Única Universal - a Consciência Divina -, para renascermos espiritualmente. 
Podemos até aceitar mentalmente essa Revelação Bíblica, mas, por que não a percebemos? 
- Porque nos identificamos com movimentos transitórios que ocorrem na mente e que refletem seus apegos, crenças e julgamentos. 
- Porque nos identificamos com pensamentos. 
- Porque assumimos como nossa identidade os pensamentos que surgem. 
Quando percebemos raiva, ódio, ansiedade, medo, pânico, tristeza, angústia, etc., surgindo como movimentos temporários - com começo, meio e fim -, já nos agarramos a eles, assumindo que somos coléricos, ansiosos, medrosos e deprimidos, etc. 
E é justamente essa identificação que impede a percepção da Mente que somos e temos. 
Precisamos nos sentar em silêncio, alguns minutos por dia, para perceber que esses movimentos transitórios, denominados pensamentos, não fazem parte da nossa Verdadeira Identidade. 
Paulo de Tarso chamou esse movimento transitório de mente carnal. 
 
O que Paulo de Tarso diz sobre a mente carnal?
 
“É a inimizade contra Deus”. Romanos 8:7.   O que ele quis dizer com isso?
 
Que tais movimentos transitórios, denominados pensamentos humanos/carnais, impedem nossa percepção da Mente Divina que temos. 
Esse barulho interno - chamado erroneamente de mente pensante - ou pensamentos -, não é de fato uma mente, mas, sim, MOVIMENTOS TRANSITÓRIOS QUE ESTÃO PASSANDO, portanto, não devemos nos apegar a nenhum pensamento, porque a nossa identidade não tem nada a ver com pensamentos. 
Conforme dito anteriormente, não existem duas mentes, existe apenas a Mente Única. 
Você É esta Mente Única que só percebe o AGORA. 
Você é a Consciência Única Universal. 
Você é a Mente Crística que apenas observa, percebe o fluxo dos pensamentos sem se apegar a eles. 
Essa Mente não analisa, não julga, não compara, apenas percebe os movimentos transitórios sem se envolver com eles.
 
Autoria: Leila Selma Tavernard de Oliveira
Revisão gramatical: Helton Caldas França