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sexta-feira, 10 de março de 2017

INTEGRIDADE E CURA


 
O método de cura da Ciência Cristã é inteiramente mental, ou seja, espiritualmente mental. Não penetra nele nenhum elemento de matéria nem de energia mental imbuída de mortalidade. Implica na destruição de tudo o que é errado e ruim na experiência humana, por meio da compreensão e expressão da verdade espiritual, a qual é sempre correta e boa.
 
A preparação para se tornar um sanador da Ciência Cristã exige o desenvolvimento da espiritualidade, de acordo com a integridade ensinada e vivida por Cristo Jesus. Envolve aprender a reconhecer, como ele o fez, que a Vida é Deus e que o homem real, criado por Deus, é espiritual, amoroso e belo, criado e mantido totalmente perfeito, sob todos os aspectos.  
 
Exige também progresso diário, não apenas no reconhecimento desses fatos a respeito da presença de Deus, o bem, e de Sua ideia perfeita, o homem, mas em vivenciá-los, ou seja, manter o pensamento em linha com o que é divinamente real, e, ao fazê-lo, demonstrar a presença do bem, não apenas para si mesmo, mas também para os outros. Isso significa que devemos nos empenhar para haver perpetuamente em nós aquela Mente “que havia também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5, conforme a Bíblia King James), para que possamos sempre honrar a Deus, o Espírito divino, em atos e também em pensamentos, e continuamente expressar as qualidades da Verdade e do Amor, demonstrando a perfeição espiritual e a eternidade da Vida com absoluta integridade, como ele o fez.
 
A integridade espiritual, a qual exige não apenas que falemos a verdade, mas que também a vivenciemos, está entre as qualidades cristãs essenciais que devemos expressar a fim de curar. 
 
Em realidade, é natural que todos devam expressá-la. A integridade é uma qualidade de Deus, o Princípio divino e, portanto, uma qualidade do homem, a ideia de Deus e Sua imagem exata. Quando a expressamos, provamos, até certo grau, a união do homem com Deus, a Verdade, e, ao mesmo tempo, a presença em nós do bem espiritual. Quando se consegue demonstrar a presença do bem, prova-se a ausência do mal, o suposto contrário ao bem. Nesse ponto, o medo, a doença, a carência, toda a discórdia rendem-se à alegria, à saúde, à abundância e à harmonia no acontecimento abençoado que os seres humanos chamam de cura. 
 
A única maneira possível de se destruir verdadeiramente o mal mental que talvez possa se manifestar como discórdia física e doença é ter fé na presença do bem e demonstrá-lo. É incontestável que dois erros nunca fazem um acerto. 
 
Somente o correto anula o errado. Da mesma forma, somente a verdade neutraliza o erro, o bem destrói o mal, o amor supera o ódio.
 
Mary Baker Eddy insiste em que qualquer pessoa que deseja ter êxito na cura por meios espirituais, deve expressar um alto grau de força moral e integridade, uma vez que a destruição do mal, sob qualquer forma, só pode realmente acontecer quando embasada na demonstração do Princípio perfeito e Sua ideia perfeita. Ela escreve: “O bem deve predominar nos pensamentos de quem cura, do contrário sua demonstração se protelará, será perigosa e impossível na Ciência. Um motivo mau implica fracasso. Na Ciência da cura-pela-Mente é imperativo ser honesto, pois a vitória está do lado da retidão imutável” (Ciência e Saúde, p. 446).
 
Jesus, um homem da mais elevada integridade, exigia o mesmo padrão elevado dos outros. Ele repreendia a desonestidade, sob todas as formas. O Mestre se preocupava não apenas com ações, mas também com pensamentos, e insistia no fato de que tanto os pensamentos quanto as ações deveriam coincidir com as palavras. Ele chamava os fariseus de: “sepulcros caiados”, hipócritas, e alertava as multidões e seus discípulos a não seguirem o exemplo deles, pois dizia que, apesar de seu muito saber, eles “dizem e não fazem” (ver Mateus 23:3).
 
Aquele que diz, mas não faz, perde sua capacidade de curar. Mostra que o bem não predomina em seu pensamento a ponto de governar suas ações. Ele não demonstra sua união com o Princípio divino, nem que Deus, a Verdade, e o homem, a ideia perfeita de Deus, estejam presentes. Ele perde o direito de exercer a autoridade crística dos filhos de Deus, a de negar e destruir a crença mesmérica do mal para o benefício de outros, uma vez que ele não a negou nem a destruiu para si mesmo.  
 
Mas, a qualquer momento, ele pode recuperar seu direito e seu poder de curar, retornando ao padrão da verdadeira consciência, e provando sua integridade por meio de sua fidelidade a esse padrão.
 
Qualquer um que tenha compreendido até certo ponto, por intermédio da Ciência Cristã, o fato de que a matéria não tem substância real, mas que é somente a objetivação do pensamento mortal, deve saber que nada que seja material é, em si mesmo, tanto prejudicial como benéfico, que não pode ser venenoso para a humanidade sob uma determinada forma e curativo sob outra. 
 
Essa pessoa pode repetir “a exposição científica do ser”, que consta em Ciência e Saúde, como parte de sua oração diária para si mesmo e para o mundo e realmente acreditar que: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo” (p. 468). 
 
A integridade, contudo, exige que essa declaração seja mais do que meras palavras.
 
A fim de demonstrar a totalidade de Deus, a Mente, que cura a todos, é essencial que o aspirante a praticista confie na verdade espiritual para curar suas próprias dificuldades. Ele deve vencer tanto o medo da matéria quanto a fé que tem nela, e utilizar apenas meios espirituais para manter sua própria saúde e harmonia.  
 
 
 
 

 
(Artigo publicado originalmente na edição de The Christian Science Journal de outubro de 1973).


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